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Front 242 no Brasil - O Show

  • Por Luciana Picoli.
  • 25 de abr. de 2015
  • 4 min de leitura

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Este mês os belgas do Front 242, criadores da Electronic Body Music, estiveram, pela segunda vez, tocando em solo nacional. As primeiras apresentações, em 2003, em São Paulo e no Rio de Janeiro, tiveram um tom mais dançante, com versões quase techno das músicas. Isso agradou a muitos*, pois trouxe peso ao show, mas também deixou outros tantos lambendo os dedos, pensando em uma apresentação mais old school, de raíz, com músicas em versões mais próximas às originais. Essa foi a promessa do show de 2015.


A apresentação deste ano foi no Clube Juventus, na Mooca. Casa lotada, porém não transbordando. Público ensandecido, colado na grade, aguardando pelo show ansiosamente. Pessoas em êxtase. Para todos os locais onde você olhava, via uma camiseta ou tatuagem da banda. O clima geral era de “lifetime achievement”. Eu assisti o show da grade e a impressão que tive é que todos que estavam ali eram fãs absolutos, prestes a enfartar (o que provavelmente deveria estar mais diluído, alguns metros para trás, mas não tive a oportunidade de comprovar). Houveram atrasos na abertura da casa e no início do show, o que deixou o público ainda mais ansioso.


A abertura do show foi incrível. A banda subiu ao palco usando máscaras negras. O figurino estava impecável, completamente fiel ao tema**. Somente instantes antes de começar a primeira música – Moldavia – eles retiraram as máscaras e, imediatamente, começaram a dançar e correr pelo palco, no melhor estilo do Front 242. Nessa hora, confesso – fiquei boquiaberta. Em 2003, eles já provaram que idade não importa, quando você mantém o corpo são e a mente no clima do EBM – deram um show de energia, de pique. Já agora, 12 anos depois, com alguns dos membros da banda indo para os 60 anos de idade, ninguém poderia esperar um show tão enérgico. Eles dançaram, pularam, interpretaram seus personagens, dançaram novamente, e nos encantaram profundamente. Não tinha como não entrar no clima, como não dançar.


Sempre digo que a Electronic Body Music mexe com a mente e corpo de uma forma quase sexual (com batidas vibrando intensamente pelo corpo, fazendo você dançar, e a mente encantada, porque não comparar assim?). O show do Front 242 em São Paulo provou isso categoricamente. Pessoas em êxtase por todos os lados. Todos tentando se conectar com a banda. Mostrar que conhecem mais. Dançar mais. No final de contas, acho que todos pareciam crianças. Vi gente chorando. Vi gente rindo histericamente. Mas, antes de mais nada, vi pessoas apaixonadas, amando. A música. A pessoa ao lado. A dança. A cena. Teve bandeira do Brasil no palco. Repeteco do hit headhunter. Richard 23 filmando a galera com uma GoPro.


Foi um show bonito de se ver. Gostoso de se ouvir. Sexy***. Enérgico. Marcante. Eufórico.

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O setlist foi muito parecido com o que vem sendo feito nos shows do último ano, ao redor do mundo:

Moldavia

Body To body

No Shufle

7Rain

Toguether

Take one

Head Hunter

Loud

Quite Unusual

U - Men

Until Death (Us Do Part)

Comando Mix

Religion

Im Rithymus Bleiben

Funkahdafi

Whelcome To Paradise

Bis:

Don´t Crash

Masterhit

Headhunter

Diferente da promessa inicial de um show old school, todas as músicas foram tocadas em versões revisitadas. Body to Body foi praticamente a mesma versão que ouvimos em 2003. Outras impressionaram fortemente a galera, como Take One, U-Men e Don’t Crash – ouvi elogios por todos os lados. Foi um show que agradou gregos e troianos e que cobriu a carreira da banda lindamente.


Após o show, a festa continuou com duas pistas e diversos DJs. Entre os destaques, Magal tocando na pista principal e Eneas Neto na pista alternativa, comemorando 25 anos do Zensor, programa de rádio da década de 90 que iniciou muitos dos que estavam ali nos sons eletrônicos. Foi uma enorme confraternização, com reencontro de pessoas que não se viam há anos (e em alguns casos, décadas). O público veio de todos os lados – e estados. Uma verdadeira celebração da cena alternativa brasileira.



* Fui uma das pessoas que saíram felizes do show de 2003. Adoro Front em todas as versões, sem discriminação. É como a tal teoria da “vaca nova” – o que fizeram perto dos anos 2000 trouxe um tom novo à banda, o que reavivou completamente a paixão pelas músicas.

** Há quem tenha reclamado, em 2003, do figurino laranja. Já nesse ano, não vi uma reclamação. Poderiam sair do show direto para a criação de um clipe como Quite Unusual.

***Me desculpem os demais membros da banda (que cumpriram maravilhosamente seu papel), e os machos que estão lendo esse review, mas Jean Luc deMeyer quebra tudo com sua dança insana e suas caras de malvado, e Richard 23 encanta dançando alucinadamente como se fosse um garoto de 18 anos prestes a quebrar algo ou alguém (mesmo estando doente a ponto de quase não poder subir no palco). A performance do Front 242 é perfeita, impecável. Inspiração e entusiasmo em uma coisa só. #AsMinaPira #OsCarasTambemPiram #TodoMundoPiraÉFrontC*******

**** Particularmente, a única música que eu trocaria é 7rain. Não entendo o apelo dessa música ao vivo – só posso supor que seja pra controlar os ânimos – ou talvez para eles, que já são tiozinhos, se recuperarem da euforia da abertura. No mais, tudo foi perfeito. Claro que ouvi pessoas reclamando da falta de diversas músicas – afinal só de hits poderíamos ter o dobro ou o triplo de show. Se adicionarmos os lados B que são preferência pessoal, precisaríamos ter um show de, no mínimo, umas 4 horas. Isso certamente causaria a morte de banda e público. Assim, contentemo-nos com o que vimos :)

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