Entrevista exclusiva (e deliciosa) com a banda Katty Winne!
- Edson Codenis
- 20 de jun. de 2014
- 5 min de leitura
Em conversa rápida com a vocalista Gabriela Iasi da banda Poemas de Maio, perguntei se a mesma estava gostando do site, e ela me respondeu: " Está faltando Katty Winne no Midia " Gabi estreitou nosso caminho e o contato prosseguiu com uma ótima novidade, a banda lança agora seu mais novo single e se prepara para o lançamento do álbum “Shadows of the Moon” Acompanhe aqui, um pouco da história da banda e a entrevista exclusiva:
Intro
"Save My Soul" é a nova faixa de abertura do Midiaphone, a Katty nos conta mais um pouco:
"Save My Soul" nasceu de uma simples sequência de acordes, criada pelo baixista Iran Félix. Depois de apresentar a música a Katty Winne - que ficou responsável por criar a letra – ela tirou o melhor que podia; o que ainda não era tudo, até levar ao estúdio e colocar nas mãos dos "monstros" Márcio Junior e Junior Pinheiro, respectivos guitarrista e baterista da banda.
Essa música é algo como pegar a estrada em fuga. Se sentindo culpado pelos erros cometidos e buscando algum tipo de perdão.
É o terceiro single do álbum “Shadows of the Moon” que tem demorado a sair, mas certamente está a caminho. Criar um álbum é algo muito sério e todo o processo envolve algum tipo de emoção. Mesmo que “Save My Soul” não estivesse na lista de faixas do álbum, a música surgiu como um presente. Uma dádiva necessária. Uma das canções em que mais exploramos nosso lado shoegaze e a Winne pode tirar uns barulhos esquisitos do seu pedal DD-7 da Boss.
Entrevista.
01 – Primeiro conta um pouco pra gente sobre a história da banda!
Katty: Bem, a banda surgiu em 2010, mas não era banda. Era apenas um projeto solo da guitarrista da banda Slowdrop (finada banda de shoegaze/indie rock), Katty Winne. Foi em 2010 que eu comecei a mostrar minhas composições para os outros meninos da banda, algumas dessas entraram na “Slowdrop”, já outras, ficaram sem “casa”, logo me deram a ideia de ter um projeto solo; de inicio não curti muito a ideia de ter algo com meu nome, mas fui me acostumando aos poucos. Gravei umas músicas de maneira bem lo-fi, usando o microfone do PC e o velho programa de guerra, o Audacity. Lancei por um selo de um conhecido e pronto. Não, não teve sucesso nem nada. Apenas abandonei o projeto e fui tocar em outras bandas. Em meados de 2012, um dos meus melhores amigos – que hoje é guitarrista, produtor e vocalista (junto a mim) da banda – começou a se aventurar nas gravações. Enquanto ele gravava a banda Flowed (uma banda muito boa daqui de Maceió), eu comecei a trabalhar em novas músicas pra gravar o meu primeiro EP. O lindo e sincero “Molly Gun”. E é bem aí que a coisa começou de verdade. Gravamos, eu e Márcio, afinal eu não tinha banda na época, e comecei a divulgar e as pessoas se mostraram interessadas e deu no que deu: um orgulho danado! Conseguimos ir longe, bem longe mesmo. E aí, como eu realmente precisava de uma banda, coloquei um anuncio no facebook procurando um baixista, e de maneira super rápida, o Iran Félix respondeu. Pensei logo no meu amigão Junior Pinheiro para bateria, pelo simples fato dele ser um dos melhores que eu já vi. Pronto; a banda estava completa, até porque o Márcio já estava dentro desde o começo. O ano de 2012 foi lindo para a banda. Fizemos alguns shows de lá pra cá e agora nos demos uma pausa pra gravar o primeiro disco cheio. Nesse espaço de sumiço e aparecimento, lançamos algumas músicas e um clipe. E as gravações continuam.
02 – Algumas pessoas dizem que o rock perdeu representatividade entre os jovens. Como vocês encaram o publico de hoje?
Subimos aos palcos e lançamos nosso material cientes de que só temos uma obrigação: nos divertir. Aqui em nossa cidade a cena tem demostrado um crescimento incrível. “Do nada” surgiram muitas bandas autorais que, ainda bem, vêm sendo bem aceitas entre o público. Acho que o nosso principal desafio, é ser uma banda de shoegaze/indie rock/dream pop e esperar que o público saiba e curta isso. Mas como eu falei anteriormente, não nos coloco essa pressão. Hoje em dia, parece que tudo é eletrônico, as guitarras vêm sumindo, e quando não é isso, tem sempre uma coisa pop/eletrônica em toda banda nova. E é isso que a juventude de hoje gosta. Eu não, particularmente. Sou quase como o Neil Young, apaixonada pelas coisas antigas e aquele som sem muito aparato tecnológico (me sentindo velha, agora). Tem muita banda boa, é verdade, mas eu não sei se sou a pessoa mais indicada pra falar dessa cena nova. A escolha de fazer shoegaze, indie rock e dream pop, me rotula como uma menina indie e eu não sei bem o que isso quer dizer hoje em dia. Tipo, se sou indie porque venho da cena independente, ou sou apenas uma pessoa que toca em uma banda mainstream. Para além tudo isso, nós conseguimos um público que curte muito o nosso trabalho e isso nos deixa bastante seguros.
03 – Ninguém mais compra disco, a importância das gravadoras diminuiu, como é o guia de sobrevivência da Katty Winne no mercado musical atual?
Basicamente, gravamos em casa, algumas coisas em estúdio e lançamos tudo de maneira bem solitária, usando todos os meios possíveis, na internet. Mas temos um selo, a Popfuzz, que tem sido parte muito essencial para levar nosso material aonde não chegamos ainda. Nesses dois anos, aprendi que o importante são mesmo os contatos que se faz, e não sumir. Tudo o que fizemos até hoje foi de maneira muito independente. Desde o primeiro EP, até a gravação, edição e divulgação do nosso primeiro videoclipe.
04 – E as bandas atuais, vocês tem ouvido o quê? Da pra falar sobre algum destaque da musica brasileira?
Somos muito apaixonados por bandas da cena independente. Bandas como o Medialunas, Single Parents, Alambradas (projeto solo da linda Nicole Patrício), Teen Radio, Lupe de Lupe, Baztian, Capona, Pormenores, Camarones, Loomer, Poemas de Maio, Fausto, Coldsleephead, enfim, são muitas e muitas bandas e nós não conseguiríamos destacar apenas uma.
05 – Entendemos o rock como um mundo machista, como é pra vocês lidar com essa realidade?
Não vejo isso como um problema. Ainda mais nos estilos que tocamos. Afinal, já se espera que tenha uma menina cantando, nem que seja backing vocal. Talvez até por ter esse lado “doçura”, a banda obtenha mais atenção. Nunca enfrentamos nenhum desafio por ser inserido nesse meio. Tem tanta banda legal com menina à frente, que o público já se acostumou com isso. Pelo menos os mais novos.
06 – Em entrevista com a banda Strike, o vocalista Mauricio nos contou que algumas musicas surgem durante jam sessions que eles realizam para trocar ideias. Como é o processo criativo de vocês?
Por aqui o processo é basicamente solitário. Cada um em seu devido “cantinho de tirar um som” e aí gravamos em celular mesmo e mostramos uns para os outros. Depois levamos para o estúdio para trabalhar arranjos e sentir como funciona como banda. Se ficar legal a gente trabalha de verdade, mas se não rolar, a gente guarda para o futuro. As letras são sobre tudo o que capto. Sejam sentimentos meus ou das pessoas ao redor. Quase tudo é sobre o amor e a busca pela felicidade, insatisfação ou depressão. Sempre ou quase sempre com um final feliz e alguma lição a ser aprendida.
07 – Agradeço pela conversa. Deixe ai o tradicional recado pra galera!
Nós que agradecemos pela maravilhosa oportunidade. Foi realmente um prazer.
O nosso tradicional recado para as pessoas que moram longe é: “depois do álbum lançado, nos esperem, chegamos já! Milhões e de beijos e até a próxima.”
Quer mais? visite o facebook da banda! Clique aqui.
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